Governo
estima déficit primário de R$ 139 bilhões em 2017
- 07/07/2016 19h09
- Brasília
Wellton
Máximo e Paulo Victor Chagas – Repórteres da Agência Brasil
O déficit primário para o próximo
ano está em R$ 139 bilhões, anunciou há pouco o ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles. Segundo ele, para chegar ao valor, a equipe econômica terá não
apenas de cortar despesas, mas obter receitas adicionais por meio de
concessões, venda de ativos, outorgas de campos de petróleo e possíveis
aumentos de tributos.
Além do déficit de R$ 139 bilhões
para a União, a equipe econômica estabeleceu meta de déficit de R$ 3 bilhões
para as estatais e de R$ 1,1 bilhão para estados e municípios. Se foram levados
em consideração os três entes, a meta de resultado negativo sobe para R$ 143,1
bilhões.
“Temos de enfrentar aumentos
constantes das despesas federais há duas décadas. Tivemos de considerar esforço
principalmente focado nas despesas e na geração de receitas adicionais”, disse
Meirelles. De acordo com o ministro, sem receitas adicionais no próximo ano, o
déficit ficaria em R$ 194 bilhões, considerando que as despesas obrigatórias
seguirão a tendência de crescimento dos últimos anos.
O déficit primário é o resultado
negativo nas contas públicas antes do pagamento dos juros da dívida pública. O
novo valor será incluído, por meio de emenda, ao projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2017, enviado ao Congresso Nacional em abril.
O projeto original da LDO previa,
para 2017, meta fiscal zero para o Governo Central e superávit de 0,1% do
Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) para estados
e municípios. No entanto, mecanismos de abatimento da meta permitiriam que a
União registrasse déficit de até R$ 65
bilhões.
A alteração da meta fiscal tem
sido usada pelo governo nos últimos anos. Para este ano, o Orçamento
originalmente previa uma meta de superávit primário de R$ 30,5 bilhões. Por
causa da queda das receitas decorrente da recessão econômica, a meta foi atualizada para um déficit
de R$ 170,5 bilhões, aprovada pelo Congresso Nacional no fim de maio.
Com a definição da meta para o
próximo ano, o país terá o quarto ano seguido de déficit primário nas contas
públicas. Em 2014, União, estados, municípios e estatais registraram rombo de
R$ 32,5 bilhões. Em 2015, o resultado negativo subiu para R$ 111,2 bilhões.
Edição: Carolina
Pimentel
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