Mostrando postagens com marcador brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador brasil. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Dolar em 5,31$ com recursos de exportação.

 dólarDólar fecha a R$ 5,31, com entrada de recursos de

 exportações

Beneficiado pela entrada de recursos de exportações, o dólar caiu nesta quarta-feira (26), mas manteve-se acima de R$ 5,30. Impulsionada pelo setor aéreo, a bolsa de valores recuperou-se da queda de ontem (25) e aproximou-se dos 124 mil pontos.

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,313, com queda de R$ 0,024 (-0,45%). A cotação chegou a subir para R$ 5,34 na máxima do dia, por volta das 10h30, mas recuou no início da tarde, chegando a R$ 5,28 por volta das 12h30. Durante a tarde, a divisa diminuiu o ritmo de queda, mas manteve a baixa.

No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 123.989 pontos, com alta de 0,81%. O indicador operou em alta durante toda a sessão, mas ampliou a alta durante a tarde com o desempenho de empresas aéreas.

O real teve um dos melhores desempenhos do dia, entre as principais moedas de países emergentes. Após um dia de pessimismo no mercado internacional, as bolsas norte-americanas fecharam em pequena alta. Os investidores aguardam os dados de inflação dos Estados Unidos para avaliarem as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começar a retirar os estímulos concedidos por causa da pandemia de covid-19, antes do inicialmente previsto.

Noticias:https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-05/dolar-fecha-r-531-com-entrada-de-recursos-de-exportacoes

 

 

 

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Cesta de compras para famílias de renda mais baixa tem queda de 0,23%

Cesta de compras para famílias de renda mais baixa tem queda de 0,23%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação da cesta de compras de famílias com renda até cinco salários mínimos, teve deflação (queda de preços) de 0,23% em abril. É o menor resultado para um mês de abril desde o início do Plano Real, em 1994.

Em março, o INPC havia registrado inflação de 0,18%. De acordo com dados divulgados hoje (8), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC acumula taxas de inflação de 0,31% no ano e de 2,46% em 12 meses.

O INPC registrou taxas acima do IPCA, que teve deflação de 0,31% em abril e inflações acumuladas de 0,22% no ano e de 2,40% em 12 meses.

Em abril, os produtos alimentícios, segundo o INPC, tiveram inflação de 1,91%. Já os não alimentícios, tiveram deflação de 0,84%.

Fonte: Agência Brasil – Vitor Abdala

terça-feira, 23 de abril de 2019

Imposto de Renda


Mais de 13 milhões ainda não enviaram declaração do Imposto de Renda
Prazo de entrega termina no próximo dia 30
Publicado em 22/04/2019 - 17:26
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil* Brasília








  IMPOSTO DE RENDA 201,Declaração IRPF 2019

A oito dias do fim do prazo, cerca de 13,5 milhões de brasileiros ainda não acertaram as contas com o Leão. Até as 17h de hoje (22), a Receita Federal recebeu 16.964.301 declarações do Imposto de Renda Pessoa Física, o equivalente a 55,6% do esperado para este ano. O prazo para envio da declaração começou em 7 de março e vai até as 23h59min59s de 30 de abril. A expectativa da Receita Federal é receber 30,5 milhões de declarações neste ano.

A declaração pode ser feita de três formas: pelo computador, por celular ou tablet ou por meio do Centro Virtual de Atendimento (e-CAC). Pelo computador, será utilizado o Programa Gerador da Declaração - PGD IRPF2019, disponível no site da Receita Federal.

Também é possível fazer a declaração com o uso de dispositivos móveis, como tablets smartphones, por meio do aplicativo Meu Imposto de Renda. O serviço também está disponível no e-CAC no site da Receita, com o uso de certificado digital, e pode ser feito pelo contribuinte ou seu representante com procuração.

O contribuinte que tiver apresentado a declaração referente ao exercício de 2018, ano-calendário 2017, poderá acessar a Declaração Pré-Preenchida no e-CAC, por meio de certificado digital. Para isso, é preciso que no momento da importação do arquivo, a fonte pagadora ou pessoas jurídicas tenham enviado para a Receita informações relativas ao contribuinte referentes ao exercício de 2019, ano-calendário de 2018, por meio da Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed), ou a da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob).
Segundo a Receita, o contribuinte que fez doações, inclusive em favor de partidos políticos e candidatos a cargos eletivos, também poderá utilizar, além do Programa Gerador da Declaração (PGD) IRPF2019, o serviço Meu Imposto de Renda.
Para a transmissão da Declaração pelo PGD não é necessário instalar o programa de transmissão Receitanet, uma vez que essa funcionalidade está integrada ao IRPF 2019. Entretanto, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
Obrigatoriedade
Está obrigado a apresentar a declaração anual o contribuinte que, no ano-calendário de 2018, recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$ 28.559,70. No caso da atividade rural, quem obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50
Também estão obrigadas a apresentar a declaração pessoas físicas residentes no Brasil que no ano-calendário de 2018 receberam rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil; obtiveram, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; pretendam compensar, no ano-calendário de 2018 ou posteriores, prejuízos com a atividade rural de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2018; tiveram, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil; passaram à condição de residentes no Brasil em qualquer mês e nessa condição encontravam-se em 31 de dezembro; ou optaram pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, cujo produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no país, no prazo de 180 dias contados da celebração do contrato.
CPF de dependentes
Neste ano, é obrigatório o preenchimento do número do CPF de dependentes e alimentados residentes no país. A Receita vinha incluindo essa informação gradualmente na declaração. No ano passado, era obrigatório informar CPF para dependentes a partir de 8 anos.
Imóveis e carros
Em 2019, não será obrigatório o preenchimento de informações complementares em Bens e Direitos relacionadas a carros e casas. A previsão inicial da Receita era que essas informações se tornassem obrigatórias neste ano, mas, devido à dificuldade de contribuintes de encontrar os dados, o preenchimento complementar não precisa ser feito.
Desconto simplificado
A pessoa física pode optar pelo desconto simplificado, correspondente à dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitado a R$ 16.754,34.
Deduções
O limite de dedução por contribuição patronal ficou em R$ 1.200,32, devido ao reajuste do salário mínimo. No ano passado, o limite era R$ 1.171,84. Se não houver nova lei, este é o último ano em que é possível a dedução de contribuições pagas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por patrões de empregados domésticos com carteira assinada. Essa medida começou a valer em 2006 para incentivar a formalização dos empregados domésticos.

A dedução por dependente é de, no máximo, R$ 2.075,08 e, para instrução, de R$ 3.561,50.
Os contribuintes também podem deduzir valores gastos com saúde, sem limites, como internação, exames, consultas, aparelhos e próteses, e planos de saúde. Nesse caso é preciso ter recibos, notas fiscais e declaração do plano de saúde e informar CPF ou CNPJ de quem recebeu os pagamentos.

As chamadas doações incentivadas têm o limite de 6% do Imposto de Renda devido. As doações podem ser feitas a fundos municipais, estaduais, distrital e nacional da criança e do adolescente, que se enquadram no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo a Receita, neste ano o formulário sobre as doações ao ECA ficou mais visível.
Aqueles que contribuem para um plano de previdência complementar – Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Fundo de Aposentadoria Programada Individual (Fapi) - podem deduzir até o limite de 12% da renda tributável.
*Colaborou Kelly Oliveira

Edição: Nádia Franco
DÊ SUA OPINIÃO SOBRE A QUALIDADE DO CONTEÚDO QUE VOCÊ ACESSOU.
Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.
Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.


quinta-feira, 4 de abril de 2019

encontro com embaixadores


Tereza Cristina marca para o dia 10 encontro com embaixadores árabes

Publicado em 03/04/2019 - 13:01
Por Carolina Gonçalves - Repórter da Agencia Brasil Brasília


A ministra da Agricultura, Tereza Cristina concede entrevista.

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, vai se reunir na próxima quarta-feira (10) com 51 embaixadores de países árabes para confirmar a intenção do governo brasileiro de intensificar parcerias comerciais. A reunião ocorre após o anúncio da abertura de um escritório de negócios do Brasil em Jerusalém.

O encontro, organizado Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na própria sede da entidade ruralista em Brasília, foi um pedido dos representantes árabes. “Vai ser uma conversa franca. Esse jantar já estava marcado antes do presidente Jair Bolsonaro anunciar a viagem para Israel”, afirmou Tereza Cristina. “A agropecuária brasileira que quer produzir cada vez mais precisa desse entendimento com todos os países. ”

Tereza Cristina sinalizou que a intenção do governo brasileiro é as parcerias com os países árabes. “No que depender da agricultura estamos juntos para aumentar a parceria”, afirmou. O presidente Jair Bolsonaro reiterou hoje, antes de embarcar de Israel para o Brasil, que pretende visitar o Oriente Médio no segundo semestre.

A ministra vai escalar assessores especializados que a acompanharão nas conversas. A intenção, segundo ela, é tratar bilateralmente com os representantes diplomáticos e comerciais destas economias. “Já tenho recebido alguns embaixadores individualmente. O Brasil tem pautas extensivas com esses países e vice-versa. Depois do encontro podemos marcar um a um”, ressaltou.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina concede entrevista.
 
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, confirma reunião dia 10 com embaixadores de países árabes. - Antonio Cruz/ Agência Brasil

Saiba mais

  • Teresa Cristina quer aumentar parcerias com países árabes 
  • Bolsonaro anuncia abertura de escritório de negócios em Jerusalém

Edição: Renata Giraldi

quarta-feira, 20 de março de 2019

Ministro participa de velório coletivo em Suzano


Ministro da Educação participa de velório coletivo em Suzano
Publicado em 14/03/2019 - 09:35
Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Brasília 

O ministro  da Educação, Ricardo Vélez, participa da cerimônia de assinatura de Carta Preventiva em Relação à Semana de Prevenção à Gravidez.

O ministro da Educação, Ricardo Vélez, participa hoje (14) do velório coletivo das vítimas do tiroteio na Escola Estadual Raul Brasil, na manhã de ontem (13). Por meio de seu perfil no Twitter, ele informou que está na cidade acompanhado de equipe ministerial para prestar apoio aos familiares e aos sobreviventes e também para “buscar maneiras de impedir” que a tragédia se repita.
“Prestaremos condolências às vítimas do terrível episódio ocorrido no dia de ontem. O Brasil está de luto”, afirmou.
O velório coletivo das vítimas do tiroteio é feito na Arena Suzano, no Parque Max Feffer. Cinco estudantes foram assassinados pelos atiradores Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, além de duas funcionárias da escola e do tio de um dos responsáveis pelo ataque.
Amanhã (15), por orientação da prefeitura, educadores de Suzano vão se reunir para definir ações que serão tomadas envolvendo os 26 mil alunos matriculados em escolas públicas municipais. A proposta é adotar medidas para combater a violência e o assédio moral no esforço de estabelecer uma cultura de paz.
Saiba mais

Edição: Graça Adjuto

terça-feira, 19 de março de 2019

Reforma da Previdência



Mourão: expectativa é aprovar reforma da Previdência Este semestre
Presidente em exercício almoçou com o governador João Doria
Publicado em 18/03/2019 - 15:04
Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil São Paulo

Presidente da República em Exercício, Hamilton Mourão, durante encontro com o governador do Estado de São Paulo, João Dória, no Palácio dos Bandeirantes.

Depois de participar de almoço na sede do governo paulista, o presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão, disse hoje (18) que a expectativa do governo é de que a reforma da Previdência seja aprovada entre o final deste semestre e o início do próximo.
“Contamos com o apoio de São Paulo e de sua bancada na busca de aprovação dessa reforma, se Deus quiser, e tudo correr bem, até o final deste semestre e início do próximo semestre”, disse Mourão. “Com isso, nosso país estará em uma situação muito mais positiva”, ressaltou.
Mourão defendeu que mudanças nas regras previdenciárias são responsabilidade desta geração que deve buscar convergências para aprovação do projeto.
“A reforma da Previdência, nós já temos muito clara como ponto de partida para a reformulação pretendida para o nosso país. Se não fizermos nada, as gerações que aqui estão representadas irão olhar para a gente e dizer: 'onde é que vocês estavam que não fizeram nada?'. É nossa responsabilidade levar isso à frente, buscar a convergência de ideias e, a partir delas, iniciar um ciclo virtuoso de atração de investimentos e das outras reformas que serão necessárias para atingir o equilíbrio fiscal e entrarmos em um crescimento sustentável”, disse Mourão.
Anfitrião do encontro, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou apoio incondicional à reforma.
“Debatemos basicamente dois temas. O primeiro deles e mais importante: a reforma da Previdência. Reafirmamos ao general Mourão, presidente da República em exercício, nosso apoio incondicional à reforma da Previdência no âmbito do Congresso Nacional e com a bancada de São Paulo”, destacou Doria.
Segundo o governador, a reforma “é balizadora, transformadora e pode modificar o destino do Brasil para melhor, gerando emprego, renda e investimentos, permitindo solução fiscal para o país”, ressaltou.
O outro tema discutido durante o almoço foram os investimentos do governo federal no estado nas áreas de infraestrutura, em especial, no campo ferroviário e nos programas de desestatização, disse Doria. “E nos programas de cooperação, na área social e na área econômica, nos campos de saúde, educação, habitação popular, segurança pública e assistência social”, ressaltou Doria.
“O presidente [Jair] Bolsonaro tem uma visão muito clara sobre o relacionamento positivo que temos que ter com todos nossos governadores e mais de 5 mil prefeitos no Brasil”, disse Mourão.
Doria destacou que o almoço não foi um encontro político. “Nosso encontro aqui não foi político, mas voltado para uma pauta de desenvolvimento econômico e de atendimento social. Não temos alinhamento partidário com o partido do presidente Jair Bolsonaro e nem é preciso. Temos alinhamento com o Brasil”, ressaltou.
Mourão participa ainda hoje, em São Paulo, de uma conferência com CEOs, promovida pela embaixada da Suécia, e de um jantar com a comunidade israelita.

Edição: Lílian Beraldo

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Renúncias para elites


Brasil deixou de arrecadar R$ 354,7 bi com renúncias fiscais em 2017

Publicado em 17/06/2018 - 19:24

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil Brasília





Com meta de déficit primário de R$ 159 bilhões neste ano e com um teto de gastos pelas próximas duas décadas, o governo teria melhores condições de sanear as contas públicas, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), concedendo menos incentivos para determinados setores da economia. O relatório do TCU das contas do governo em 2017, aprovadas com ressalvas na última quarta-feira (13), revelou que as renúncias fiscais somaram R$ 354,7 bilhões no ano passado. O montante equivale a 30% da receita líquida do governo no ano e supera os déficits da Previdência Social e do regime de aposentadorias dos servidores federais, que somaram R$ 268,8 bilhões em 2017. Segundo o TCU, 84% das renúncias têm prazo indeterminado, o que faz a perda de arrecadação ser incorporada às contas dogoverno.

A Lei de Responsabilidade Fiscal determina que cada renúncia fiscal seja custeada com alguma receita, seja com o aumento de outros tributos ou com a alta da arrecadação gerada pelo desenvolvimento da economia. O TCU, no entanto, constatou que 44% dos incentivos fiscais não são fiscalizados por nenhum órgão, o que levou o ministro Bruno Dantas a recomendar que os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil montem um grupo de trabalho para verificar a eficácia das renúncias fiscais.

Segundo a Receita Federal, as desonerações (que compõem uma parte das renúncias fiscais) estão estabilizadas em 2018, depois de caírem levemente em 2017. De janeiro a abril deste ano, segundo os dados mais recentes, somaram R$ 27,577 bilhões, contra R$ 27,631 bilhões no mesmo período do ano passado. Os números da Receita são inferiores aos do TCU porque o Fisco leva em conta apenas as renúncias mais recentes e incorpora ao fluxo normal de arrecadação as perdas com regimes especiais instituídos há bastante tempo.

Ineficácia

Tributarista do escritório Peixoto & Cury Advogados, Renato Faria diz que a equipe econômica precisará, em algum momento, rediscutir as renúncias fiscais para continuar a fornecer serviços públicos num cenário de restrição cada vez maior de recursos. “Um dado importante é que o valor da renúncia fiscal que se estimava ter com desoneração da folha de pagamentos superava o investimento da pasta da saúde. Tudo isso quando temos um SUS [Sistema Único de Saúde] deficitário”, critica.

Além das desonerações, o advogado critica os sucessivos programas de renegociação de dívidas de contribuintes, apelidados de Refis, que representam perda de arrecadação por causa dos descontos nas multas e nos juros aprovados pelo Congresso. “Nos últimos anos, muitas empresas passaram por dificuldades para quitar impostos, mas as renegociações sistemáticas nos últimos 15 anos premiam o sonegador e punem o empresário que paga os tributos em dia e tem a competitividade prejudicada”, reclama.

Tributarista do escritório Simões Advogados, Thiago Taborda Simões defende o aumento na fiscalização de contrapartidas por parte das empresas de setores beneficiados por regimes especiais. “A fiscalização não deveria se restringir ao pagamento de impostos, mas também abranger o cumprimento das condições para receberem o incentivo, como geração de empregos, investimentos em tecnologia”, cita.

Segundo ele, a isenção de impostos no meio da cadeia produtiva não beneficia a sociedade. “Esse tipo de isenção bagunça o sistema tributário e cria distorções, porque o custo é assumido pelo setor seguinte da cadeia e repassado para o consumidor, que no fim é quem paga a conta no preço final”, acrescenta.

Reversão

Parte dos benefícios fiscais foi diminuída em maio, para custear a redução de tributos para o diesel após a greve dos caminhoneiros. No total, R$ 4,01 bilhões de desonerações foram revertidos da seguinte forma: R$ 2,27 bilhões da redução do Reintegra (programa de apoio a exportadores), R$ 830 milhões com a reoneração da folha de pagamentos, R$ 740 milhões com o aumento de imposto sobre preparados para a elaboração de refrigerantes e R$ 170 milhões com a revogação do regime especial de produtos destinados à indústria petroquímica.

A disposição em avançar na retirada de incentivos enfrenta resistência da equipe econômica. Em estudo divulgado no fim do ano passado, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda (Seae) informou ser contrária à retomada da tributação sobre lucros e dividendos e à reversão parcial do Simples Nacional, regime especial para micro e pequenas empresas que fez o governo perder R$ 13,7 bilhões no ano passado. Para a pasta, as medidas resultariam em elevação da carga tributária e reduziriam a competitividade do Brasil.

Edição: Lílian Beraldo


terça-feira, 31 de outubro de 2017

Ainda bem que recuperamos



Brasil recuperou exportações e efeito da Carne Fraca é desprezível, diz Maggi
  • 31/10/2017 14h40
  • Brasília


Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil



Brasília - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quase oito meses após a Operação Carne Fraca, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que os volumes e os valores das vendas da carne brasileira foram recuperados no mercado internacional.

Segundo o ministro, o efeito da Carne Fraca na balança comercial "é desprezível neste momento". Maggi participou hoje (31) de audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, para apresentar as medidas adotadas pela pasta após a operação.

De acordo com os dados apresentados por Maggi, logo após a operação, a média diária das exportações desses produtos caiu de aproximadamente US$ 60 milhões para US$ 74 mil nas primeiras semanas. Segundo ele, o mercado se recuperou. "Depois dessa confusão da Carne Fraca, não só ministro, mas associações, tivemos que voltar nesses mercados e reafirmar nossos compromissos, reafirmar que o sistema brasileiro é bom, é forte e tem condições de continuar no mercado mundial".

De 93 compradores, 90 estão com o mercado aberto. Desses, 33 estão com o comércio regular e 56 estão com suspensão parcial ou inspeção reforçada. Pelo menos 25 países fecharam o mercado e acabaram abrindo posteriormente. Três países não retomaram as importações: Zimbábue, Trindade e Tobago e Santa Lúcia. A República do Congo integrava essa lista até ontem (30), mas o ministro diz que o país já se comprometeu a retomar as compras.

Segundo o ministério, os mercados atualmente abertos representaram cerca de US$ 14,21 bilhões ou 99,8% dos valores exportados em carnes, no ano de 2016. As restrições impostas às exportações de carnes do Brasil foram retiradas pelos principais compradores do produto brasileiro. "Na União Europeia agora 100% dos contâineres são abertos e são feitas análises para ver se estão em conformidade. Mesmo com esse rigor, não tivemos problemas maiores", disse o ministro.

Em relação aos países que seguem fechados, Maggi diz que enviou uma carta na semana passada a cada um deles explicando o contexto atual e dizendo que espera que voltem a importar o produto brasileiro.

Operação
A Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal, teve início em 17 de março deste ano e desarticulou um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários e donos de frigoríficos nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás.

Segundo as investigações da PF, os fiscais alvos da operação recebiam propina das empresas para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva da carne, o que permitia a venda de produtos com prazo de validade vencido.

Logo que a operação foi deflagrada, o Brasil recebeu 374 comunicados oficiais envolvendo demandas de 93 países. "Montamos uma força tarefa para esclarecer parte a parte, país a país o que estava acontecendo. O máximo de transparência é necessário para que não se perca nenhum mercado", disse Maggi aos parlamentares.

O ministério suspendeu as autorizações para a produção e a exportação de todos os estabelecimentos citados na Operação. Ao todo, foram citadas 21 empresas e recolhidas 762 amostras para análise. Dez delas apresentaram problemas mais graves que poderiam afetar a saúde dos consumidores, como a presença, em sete delas, da bactéria Salmonella, em hambúrgueres.

Segundo Maggi, as unidades onde foram encontradas irregularidades foram suspensas. Outras 69 apresentaram inconformidades como excesso de amido na salsicha ou adição de água além do permitido em frangos. As demais 683 não apresentaram quaisquer irregularidades.

O Ministério informou que ao final das investigações, quatro frigoríficos foram interditados. Dois voltaram a operar e os outros dois tiveram o registro cancelado.

Servidores
Após a Operação, o ministério afastou 33 servidores e instaurou 11 processos administrativos disciplinares. Os servidores envolvidos que ocupavam cargos de chefia foram exonerados.

O ministério deverá publicar um decreto para retirar das superintendências a responsabilidade pela fiscalização de abatedouros. "O superintendente não responderá mais por essa parte, vai ficar absolutamente técnico o processo, afastando essa questão política, interferência. Isso está fazendo com que os países compradores olhem com bons olhos e essa atitude está reforçando o sistema".

Além disso, diante da dificuldade da pasta em fazer novos concursos para ter mais fiscais atuando, a ideia é otimizar os recursos disponíveis. Segundo Maggi, será feita uma avaliação de taxas que poderiam ser cobradas e não estão sendo para que possam compor um fundo para pagar hora extra aos servidores.

"O Brasil vai continuar crescendo, mas não vai conseguir, com o quadro de pessoas, atender as plantas [frigorífico ou abatedouro] que estão disponíveis nesse momento. Temos que olhar para dentro dos nossos sistemas e dizer que temos que fazer mudanças. Contratamos uma consultoria e queremos verificar o que é papel do Estado e o que poderia a iniciativa privada tocar sem o Estado. Vamos apresentar nova forma de fazer isso", acrescenta Maggi.