Bandeira
tarifária de março será amarela com desligamento de termelétricas
- 03/02/2016 18h33
- 03/02/2016 18h52
- Brasília
Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil
Com a bandeira
amarela, o acréscimo nas contas de luz
cai de R$ 3 a cada 100 kWh consumidos para R$ 1,5
Arquivo/Agência Brasil
O governo decidiu hoje (3)
desligar as usinas térmicas com custo de geração acima de R$ 420 por
megawatt-hora (MWh).
A decisão vai permitir que, a
partir do mês que vem, seja adotada a bandeira amarela no sistema de bandeiras
tarifárias, o que significa acréscimo de R$ 1,5 a cada 100 quilowatts-hora
(kWh) consumidos.
Atualmente, a bandeira aplicada é a vermelha, patamar 1, com acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh.
Atualmente, a bandeira aplicada é a vermelha, patamar 1, com acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh.
A decisão tomada nesta
quarta-feira pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) permite o
desligamento de sete usinas térmicas com capacidade de geração de cerca de 2
mil megawatts em geração térmica a partir de março.
Saiba Mais
Segundo o ministro de Minas e
Energia, Eduardo Braga, a medida vai permitir uma redução do custo do setor
elétrico de R$ 720 milhões por mês em 2016. Ele disse que é possível ser
adotada em abril a bandeira verde, na qual não é cobrado nenhum adicional na
conta de luz.
“Ainda não é prudente anunciar a bandeira verde para abril, mas todos os estudos mostram que essa é uma possibilidade real”, afirmou.
“Ainda não é prudente anunciar a bandeira verde para abril, mas todos os estudos mostram que essa é uma possibilidade real”, afirmou.
O ministro destacou que
todas as decisões estão sendo tomadas de forma prudente. “Essa decisão é
absolutamente segura para que possamos chegar em novembro com uma capacidade de
armazenamento de energia bem melhor do que aconteceu em novembro de 2015.”
Segundo Braga, a queda da tarifa
neste ano deve ser de pelo menos 7% , levando em conta também a redução do
valor da Conta de Desenvolvimento Energético, aprovada ontem (2) pela Aneel.
Em agosto, o CMSE já tinha
determinado o desligamento de usinas térmicas com custo de geração acima de R$
600 MWh. A medida permitiu que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
reduzisse o valor da bandeira tarifária vermelha de R$ 5,50 para R$ 4,50 para
cada100 quilowatts-hora consumidos. Recentemente, a Aneel criou um novo patamar
de bandeira tarifária vermelha, que custa R$ 3 para cada 100 kWh.
A decisão foi tomada após análise
do comitê de que a situação dos reservatórios das hidrelétricas está mais
favorável. De acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS),
o nível dos reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é responsável
por cerca de 70% do armazenamento de água para geração de energia no país, está
em 45% atualmente. Em fevereiro do ano passado, o nível estava em 20,5%.
Segundo O CMSE, o risco de déficit de energia no país é zero nos subsistemas
analisados.
Com a falta de chuvas registrada
nos últimos anos, o governo vem mantendo a maior parte das usinas termelétricas
acionadas para garantir que não falte energia para o país. Sem água nos
reservatórios, as usinas hidrelétricas não conseguem gerar toda energia
possível, e pode haver desabastecimento. No entanto, a energia térmica é mais
poluente e mais cara que a gerada por hidrelétricas, e o custo acaba sendo
repassado para os consumidores.
O Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico foi criado em 2004 para acompanhar a continuidade e a segurança
do suprimento de energia no país. Participam do grupo representantes de órgãos
como o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel), o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O texto
foi ampliado às 18h52
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