Governo
corta incentivos para compensar perda de receita com diesel
Exportadores e as indústrias química e de
refrigerante são afetados
Publicado
em 31/05/2018 - 11:48
Por Agência
Brasil Brasília
Em entrevista à imprensa na
manhã desta quinta-feira (31), o secretário da Receita Federal, Jorge
Rachid, afirmou que o governo federal vai reduzir incentivos fiscais para
exportadores e as indústrias química e de refrigerantes para conseguir
compensar as perda de receita com o acordo firmado com os caminhoneiros para o
fim da paralisação da categoria. As medidas devem representar R$ 4 bilhões
para os cofres públicos,
Um das medidas prevê mudanças na
tributação para a indústria química, o que significará uma economia de R$
170 milhões aos cofres públicos. O setor tinha um crédito de PIS/Cofins quando
importava produtos que poderia ser usado para abater em outros impostos.
O benefício será extinto dentro de 90 dias.
Outra medida é a queda da
alíquota de devolução, de 2% para 0,1%, do Reintegra (Regime Especial
de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras), que representará mais R$
2,2 bilhões até o fim do ano. O programa devolve
aos exportadores parte dos impostos cobrados na cadeia de produção. O
governo deicidiu reduzir o valor (percentual) da devolução.
Será reduzido o crédito
existente do Imposto sobre Produtos Importados (IPI), de 20% para 4%,
para concentrados de refrigerantes, o que renderá R$ 740 milhões.
De acordo com Rachid, foi tomada
a decisão de diminuir os incentivos em vez de impor reajustes de tributos
que seriam pagos pelo conjunto dos contribuintes. "Nós precisamos buscar
melhoria do sistema tributário e adotar padrão internacional, isto é, reduzir
uma série de incentivos setoriais largamente distribuídos. Foi no sentido de
reduzir os incentivos, nós não vamos ter um impacto tributário para
atingir todos os contribuintes, está atingindo determinados
segmentos".
Para o secretário da Receita
Federal, a eliminação ou redução atingiu programas que causavam distorções.
"Vimos que eram incentivos que geravam efetivamente distorção no sistema,
eram benefícios que não geravam, vamos chamar assim, impacto para toda a
sociedade, mas sim muito específico", justificou.
Para que as alterações entrem em
vigor, serão editados decretos e medidas provisórias.
Além dessas medidas, foi publicada
na edição extra do Diário Oficial da União desta quinta-feira, a
lei, sancionada pelo presidente Michel Temer, que reonera a folha de
pagamento de 39 setores da economia. Com a lei, o impacto nos cofres públicos
deve ser de R$ 830 milhões.
* Texto
atualizado às 16h38 para acréscimo de informações
Edição: Carolina
Pimentel
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