Déficit do governo sobe
para 8,5% do PIB em 2015, diz IBGE
- 05/05/2017
Akemi Nitahara – Repórter da
Agência Brasil
O resultado operacional líquido do governo, em
2015, ficou negativo em R$ 512,2 bilhões, o que corresponde a 8,5% do Produto
Interno Bruto (PIB - a soma de todas as riquezas produziudas pelo país). Em
2014, foi deficitário em R$ 276,9 bilhões, ou 4,9% do PIB. O indicador é
calculado pela receita menos a despesa do governo, excluindo os gastos com
aquisição líquida de ativos não financeiros.
Os dados estão na publicação Estatísticas de
Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo 2015, divulgada hoje (5)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e feita em parceria
com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o Banco Central. A publicação
apresenta os dados sobre as finanças públicas do governo geral, que compreende
todas as unidades de governo (central, estaduais e municipais) e os fundos de
previdência social por elas controlados, em 2015.
Financiamento
A análise também mostra que, em 2015, a necessidade
de financiamento do governo atingiu R$ 519,9 bilhões (8,7% do PIB). No ano
anterior, o valor ficou em R$ 325,2 bilhões (5,6% do PIB). Segundo o IBGE,
quando o saldo fica negativo, o déficit precisa ser financiado com a emissão de
passivos financeiros.
Para o gerente de administrações públicas do IBGE,
André Cavalcanti, o aumento no indicador é “significativo”. “Na publicação, não
temos informações exatamente sobre dívidas, mas sobre a necessidade de
financiamento, que é um fluxo. E de fato, a necessidade de financiamento foi
ampliada entre 2014 e 2015, passando de R$ 325,2 bilhões para R$ 519,9 bilhões,
em 2015. É um indicador significativo, sim. Indica a indica a necessidade que o
governo tem de financiamento.”
Investimento
Na parte de investimentos do governo, chamada de
formação bruta de capital fixo, houve queda. Em 2014, o valor foi de R$ 138,1
bilhões (2,4% do PIB) e, em 2015, caiu para R$ 101,9 bilhões (1,7% do PIB). A
queda nos investimentos ocorreu em todas as três esferas de governo, com
destaque para a esfera estadual, onde o decréscimo foi de 38%, em relação a
2014.
“Não publicamos informações abertas por tipo de
investimento, mas o total de investimento, que significa aplicação em
infraestrutura, em máquinas e equipamento, todos os gastos desta natureza,
foram reduzidos em 2015”, afirmou Cavalcanti.
Ele explicou que, diferente dos dados divulgados
pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central, a abordagem feita pelo IBGE segue
orientações de manuais internacionais específicos.
“É um trabalho que chamamos de conta intermediária.
Fazemos a primeira versão, que é uma primeira leitura da base de dados junto
com o Tesouro, em um formato de contas internacionais. O Tesouro divulga as
informações no formato do manual de estatísticas e finanças públicas do Fundo
Monetário Internacional.”
Edição: Maria
Claudia
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