Secretária
do Tesouro Nacional defende reforma estrutural para crise nos estados
- 27/09/2016 23h01
- São Paulo
Camila
Boehm – Repórter da Agência Brasil
A secretária do Tesouro Nacional,
Ana Paula Vescovi, defendeu uma reforma estrutural dos estados para combater a
atual crise econômica. Ela acredita que a renegociação, perdão de dívida ou
outro tipo de ajuda financeira eventual não solucionarão o problema dos
estados. Ana Paula deu a declaração durante a palestra Os Estados e o Ajuste
Fiscal: Ponte para o Futuro ou Volta para o Passado Inflacionário?, feita na
noite de hoje (27) na Fundação FHC.
“A crise dos estados é sim uma
crise estrutural. Precisamos mudar a vertente que a maioria dos governadores
tem empreendido no sentido de buscar alívio temporário”, disse a secretária.
“Não tem alívio, não tem condições, nosso trabalho é de convencer esse conjunto
de governadores, de gestores estaduais, de pessoas que têm influência no
governo estadual, que nós precisamos sim de muita convergência em uma agenda
estrutural”.
Segundo Ana Paula, entre 2009 e
2015, o crescimento dos gastos dos estados para cobrir o déficit com inativos
aumentou 64%. Entre 2007 e 2014, teria havido um novo ciclo de endividamento
nos estados.
O aumento real de 21% da dívida
com a União a partir de 2009 se deu, segundo dados divulgados por Ana Paula,
pela concessão acelerada de novas operações de crédito garantidas pelo governo
federal, em especial com bancos oficiais e organismos multilaterais. De acordo
com a secretária, o aumento do endividamento não levou ao aumento no
investimento.
Ana Paula disse que os estados
têm se ajustado, porém com medidas que trarão resultados de curto prazo, como a
renegociação da dívida com a União por meio do Projeto de Lei Complementar
(PLP) 257/2016. Os estados, segundo ela, necessitam ainda de uma reforma
estrutural. “Os estados não tem mais disponibilidade de caixa para manter suas
despesas”, disse.
A secretária defendeu um
protagonismo e articulação dos estados para a solução em meio à crise
econômica. Ela acredita que é fundamental que os estados assumam, por exemplo,
protagonismo nas propostas de reformas no Congresso Nacional e na sociedade.
Ana Paula defendeu o que chamou
de um ciclo virtuoso para o país, em que estariam medidas como fortalecimento
de instituições de política fiscal, teto para despesas, reforma da Previdência,
revisão de programas de governo, nova lei de finanças públicas, entre outras.
Edição: Fábio
Massalli
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