Investimentos federais reduzem queda e
somam R$ 31,2 bilhões de janeiro a julho
- 30/08/2016
18h28
- Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Depois de terem fechado o primeiro
semestre com queda de 12,4%, os investimentos federais – que incluem obras
públicas e compra de equipamentos – reagiram em julho e diminuíram o ritmo de
recuo no acumulado do ano. No mês passado, essa despesa totalizou R$ 4,5
bilhões, elevando o total investido para R$ 31,2 bilhões nos sete primeiros
meses do ano.
Para a secretária Ana Paula Vescovi, o governo prevê déficit
de R$ 149 bilhões na Previdência este anoArquivo/Valter Campanato/Agência
Brasil
Em relação a 2015, os investimentos
agora acumulam queda nominal de 3,3% de janeiro a julho. No mesmo período do
ano passado, o governo federal tinha investido R$ 32,2 bilhões.
Os dados sobre o investimento foram
divulgados pela secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, durante
entrevista para explicar o déficit primário recorde de R$ 18,551 bilhões em
julho. Por causa da greve dos servidores do Tesouro Nacional, esses números não
foram incluídos na página do órgão na internet nem detalhados no material
distribuído à imprensa.
As despesas do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) totalizaram R$ 2,921 bilhões em julho, totalizando R$
22,024 bilhões nos sete primeiros meses do ano. O valor é 5,4% inferior aos R$
23,270 bilhões registrados no mesmo período de 2015.
Meta mantida
No segundo semestre, estão
previstas despesas como o pagamento do décimo terceiro de servidores,
aposentados e pensionistas e a entrada em vigor de reajustes a servidores
públicos.
Nos últimos 12 meses, o déficit
primário (resultado negativo antes do pagamento dos juros da dívida pública)
totaliza R$ 163,34 bilhões. Mesmo assim, a secretária do Tesouro assegura que
não será necessário aumentar a meta de déficit deste ano, estipulada em R$
170,5 bilhões.
“As receitas com a repatriação
[regularização de recursos mantidos no exterior] não estão incluídas na
programação financeira do Tesouro. A meta de R$ 170,5 bilhões será cumprida. A
determinação é seguir os requisitos legais para o cumprimento da meta. Qualquer
ajuste será feito no Relatório de Receitas e Despesas [documento do Ministério
do Planejamento], que será divulgado no fim de setembro”, acrescentou Vescovi.
Previdência
Ela explicou que o governo prevê
déficit de R$ 149 bilhões na Previdência este ano, contra resultado negativo de
R$ 70 bilhões nos sete primeiros meses do ano. Em relação à repatriação, a
secretária disse que o Tesouro ainda não tem uma estimativa oficial de quanto
pode arrecadar com a medida.
“A conta da entrada de capitais
será uma importante fonte de recursos no segundo semestre. O que não podemos
ainda é apresentar uma estimativa com precisão. Temos, com cautela, de aguardar
a entrada desses recursos”, justificou a secretária.
Em julho, as contas do Governo
Central foram influenciadas pelo pagamento de R$ 9,2 bilhões em subsídios a
bancos públicos e ao Proagro, em cumprimento aos acórdãos firmados no Tribunal
de Contas da União. Também , e pela ajuda de R$ 2,9 bilhões do governo federal
ao estado do Rio de Janeiro. Essas despesas contribuíram para o déficit
primário recorde de R$ 51,073 bilhões nos sete primeiros meses do ano.
Edição: Armando Cardoso
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