Seis
estados estão acima do limite de gastos com pessoal
- 10/05/2016 18h52
- Brasília
Mariana
Branco - Repórter da Agência Brasil
Um relatório divulgado hoje (10)
pelo Ministério da Fazenda mostra que seis estados brasileiros – Rio Grande do
Sul, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Goiás e Rio de Janeiro – estão
acima do limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade
Fiscal. De acordo com a lei, essas despesas não podem ultrapassar 60% da
Receita Corrente Líquida do estado.
Os dados, de 2015, mostram que no
Rio Grande do Sul a situação é a mais grave, com folha de pagamento
correspondendo a cerca de 75% da Receita Corrente Líquida. No Mato Grosso do
Sul, o percentual aproximado é 73% e, em Minas Gerais, próximo a 68%. Paraíba,
Goiás e Rio de Janeiro têm comprometimento entre 60% e 65%. A média de
comprometimento no país é 57,3%.
As informações da Fazenda mostram
também que as despesas com pessoal cresceram em ritmo mais intenso que a
arrecadação tributária nos últimos dois anos. Em 2014 e 2015, a arrecadação
aumentou 6% e 7%, respectivamente. Paralelamente, os gastos com pessoal
cresceram 10% e 12%.
Dados que abarcam o período de
2009 a 2015 indicam, ainda, crescimento real (descontada a inflação) expressivo
dos gastos com pessoal nas unidades da Federação. O Rio de Janeiro registrou a
maior alta, de 70%. Santa Catarina aumentou as despesas em cerca de 65%. A
média de crescimento para todos os estados do país e o Distrito Federal, no
período, ficou em 38%.
No relatório, a Fazenda compara o
aumento nos gastos com pessoal à alta do endividamento dos estados com a União.
O ministério destaca que a dívida com o governo federal cresceu em ritmo menor.
“Os dados apontam aumento de 3,7% do gasto com a União entre 2014 e 2015, uma
variação positiva de R$ 1,3 bilhão. Para efeito de comparação, tal aumento foi
bem inferior à elevação das despesas de pessoal no mesmo período, de R$ 31,2
bilhões”, diz o documento.
O secretário do Tesouro Nacional,
Otávio Ladeira, informou que a Fazenda passará a divulgar anualmente dados
sobre as finanças públicas de estados e municípios. Segundo ele, a intenção é
divulgar em março as informações sobre os estados e, em agosto, os dados sobre
os municípios.
Edição: Fábio
Massalli
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