LDO:
abatimento de meta mantém investimento e programas sociais, dizem ministros
- 15/04/2016 17h06
- Brasília
Wellton
Máximo e Mariana Branco – Repórteres da Agência Brasil
O mecanismo de abatimento que
permitiria ao Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco
Central) encerrar 2017 com déficit primário de até R$ 65 bilhões é essencial
para manter programas sociais e impedir a paralisação de obras públicas, disse
hoje (15) o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Ao comentar o projeto da Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, ele informou que a dívida pública
pode ser estabilizada a partir do próximo ano, mesmo que o governo encerre com
déficit pelo quarto ano seguido.
Para Barbosa, o abatimento da
meta ajudará a retomar o crescimento mais rápidoArquivo/Elza Fiúza/Agência
Brasil
O déficit primário é o resultado
negativo das contas do governo, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida
pública. Para o próximo ano, o projeto da LDO propõe meta de superávit primário
de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país)
para estados e municípios e esforço fiscal zero para o Governo Central, com a
possibilidade de que o esforço seja convertido em déficit de até R$ 65 bilhões.
De acordo com o projeto da LDO, o
abatimento será composto de duas parcelas. Um total de R$ 23 bilhões será
descontado da meta para garantir o atendimento de despesas previstas no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 42 bilhões serão abatidos para
compensar a frustração de receitas primárias decorrente da queda da
arrecadação.
Para Barbosa, o abatimento da
meta ajudará na manutenção de programas sociais e a economia a retomar o
crescimento mais rápido, ajudando na manutenção do emprego e da renda. “Com
este Orçamento, buscamos promover o equilíbrio fiscal compatível com as
necessidades de recuperação da economia”, comentou Barbosa.
O ministro do Planejamento,
Valdir Simão, declarou que a proposta de abatimento da meta fiscal é necessária
para que o governo consiga continuar funcionando mesmo depois de ter
contingenciado (bloqueado) R$ 44,6 bilhões neste ano e mais de R$ 80 bilhões no
ano passado.
“Por mais que estejamos nos
empenhando, esse valor é insuficiente. Por isso, foi incluída a proposta de
redução da meta fiscal. Os recursos existentes não serão suficientes para todas
as ações previstas durante o ano de 2016”, afirmou Simão.
O ministro Valdir Simão assegurou
que o governo não está descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal neste ano
e está economizando para cumprir a meta de superávit primário – economia para
pagar os juros da dívida pública – de R$ 24 bilhões para o Governo Central
estabelecidos no Orçamento deste ano.
“Não vamos utilizar [o
abatimento] enquanto não for autorizado. Não há neste momento descumprimento de
nada do que prevê a Lei de Responsabildiade Fiscal. O governo federal não tem
usado esse expediente de decreto. Entendemos que lei orçamentária dá
autorização, mas o governo não vem fazendo. Eventuais créditos suplementares só
têm sido feitos por cancelamento de dotação”, esclareceu Valdir Simão.
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