Número de
denúncias de violência contra idosos aumentou 13% em 2018
Balanço mostra que
52,9% dos casos foram cometidos pelos filhos
Publicado em 12/06/2019 - 15:58
Por Agência
Brasil* Brasília
Levantamento
feito pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelou que,
no ano passado, o Disque 100 registrou um aumento de 13% no número de denúncias
sobre violência contra idosos, em relação ao ano anterior. De acordo com a
assessoria de imprensa da pasta, o serviço de atendimento recebeu 37.454
notificações, sendo que a maioria das agressões foi cometida nas residências
das vítimas (85,6%), por filhos (52,9%) e netos (7,8%).
Divulgado
nesta terça-feira (11), o levantamento mostra que a suscetibilidade das
mulheres idosas é maior. Elas foram vítimas em 62,6% dos casos e os homens, em
32,2%. Em 5,1% dos registros, o gênero da vítima não foi informado.
Quanto à
faixa etária, os dois perfis que predominam são de pessoas com idade entre 76 e
80 anos (18,3%) e entre 66 e 70 anos (16,2%). O relatório também destaca que
quase metade das vítimas (41,5%) se declarou branca, 26,6% eram pardas, 9,9%
pretas e 0,7% amarelas. As vítimas de origem indígena representam 0,4% do
total.
As
violações mais comuns foram a negligência (38%); a violência psicológica
(26,5%), configurada quando há gestos de humilhação, hostilização ou
xingamentos; e a violência patrimonial, que ocorre quando o idoso tem seu
salário retido ou seus bens destruídos (19,9%). A violência física figura em
quarto lugar, estando presente em 12,6% dos relatos levados ao Disque 100. O
ministério informa que, em alguns casos, mais de um tipo de violência foi
cometido e, portanto, comunicado à central.
A
pasta detalhou a forma como as ocorrências se distribuem geograficamente.
O estado de São Paulo aparece em primeiro lugar na lista, concentrando 9.010
dos casos reportados. O estado de Minas Gerais ocupa a segunda posição, com
5.379 registros, seguido por Rio de Janeiro, com 5.035 e Rio Grande do Sul, que
responde por 1.919 ocorrências.
Para o
secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do
ministério, Antônio Costa, a violência contra idosos vai além de agressões
classificadas como maus tratos. Para ele, o abandono e a exclusão social dessas
pessoas também focalizam a questão.
Uma das
ações governamentais de proteção a pessoas idosas é o Programa Viver –
Envelhecimento Ativo e Saudável, que tem como finalidade a ampliação de
oportunidades aos idosos, através da inclusão digital e social. As ações
abrangem as áreas da tecnologia, educação, saúde e mobilidade física.
“O
programa tem o propósito de resgatar a autoestima, conscientizar a pessoa idosa
no âmbito da educação financeira e dos direitos a ela inerentes", disse Costa.
Além do
programa, o governo federal articula a Campanha Junho Lilás, que visa prevenir
e identificar situações de abuso contra idosos. Lançada no último dia 3, a
iniciativa integra um movimento global de alusão ao Dia Internacional de
Conscientização e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado no dia
15 de junho.
*Com
informações da assessoria de imprensa do Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos
Edição: Maria Claudia
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