Ministra
Damares Alves faz vistoria em aeronaves abandonadas da Funai
Publicado em 08/07/2019 - 12:43
Por Yara
Aquino - Repórter da Agência Brasil Brasília
Neste fim
de semana a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares
Alves vistoriou oito aeronaves da Fundação Nacional do Índio (Funai) que foram
abandonadas em pátios e hangares de aeroportos e constatou o sucateamento dos
bens.
“Foi uma
surpresa quando descobrimos que a Funai tinha frota e essa frota estava
sucateada”, disse Damares durante vistoria. As aeronaves acumulam prejuízo de
pelo menos R$ 3 milhões com aluguéis de hangares não pagos, de acordo com o
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Um edital para leilão
dos bens deve ser lançado dentro de 30 dias.
Os aviões
estão em Goiânia (GO), Brasília (DF), no Rio de Janeiro (RJ) e em Itaituba
(PA). De acordo com o ministério, as aeronaves vistoriadas pela ministra estão
em péssimo estado de conservação e sem condições de voar.
“Verificamos
que turbinas e motores foram roubados. É difícil apurar responsabilidades. No
caso do avião do Rio de Janeiro, não se sabe quando ele chegou. Há uma hipótese
de que tenha chegado em 2013. Temos aeronaves em pátios particulares que a
cobrança está chegando. O que vamos apurar no leilão não paga 20% do que está
sendo cobrado por pátios particulares”.
As
aeronaves eram usadas na atenção à saúde indígena. A ministra ressaltou o
prejuízo “incalculável” que a situação representa para o atendimento a essa
população. “É um descaso, índio morrendo por falta de assistência médica. Essa
aeronave poderia estar lá no Ministério da Saúde com a saúde indígena e está
aqui abandonada desde 2012”, disse a ministra durante a vistoria no aeroporto
de Brasília.
Segundo o
ministério, a Funai investiga o ocorrido, mas a suspeita é que elas tenham sido
abandonadas após a competência pelo atendimento em saúde indígena ter sido
transferido da Funai para o Ministério da Saúde, em 2010. Não há registro em
documento que explique o porquê de os bens não terem sido transferidos para o
órgão à época.
“Essas
aeronaves estavam a serviços da saúde indígena. Quando a saúde indígena saiu da
Funai e foi pra Funasa, há anos, elas tinham que ter sido enviada para lá, mas
esbarrou muitas vezes no processo burocrático. Dizer que vamos encontrar todos
os culpados, não vamos, porque percebemos que parte da culpa foi a própria
burocracia que o sistema impõe. Mas o descaso é imperdoável”, avaliou Damares
Além das
aeronaves de propriedade da Funai, há também uma de propriedade do Incra que
foi cedida ao órgão para o atendimento aos indígenas.
Na manhã
de hoje (8), o presidente Jair Bolsonaro publicou no Twitter o vídeo da
vistoria da ministra Damares Alves e escreveu que “A Funai, como regra,
'cuidava' de tudo, menos do índio”.
Edição: Valéria Aguiar
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