Orçamento
de 2019 prevê redução de R$ 23 bilhões nos subsídios
Publicado
em 06/10/2018 - 14:15
Por Wellton
Máximo – Repórter da Agência Brasil Brasília
Uma das poucas margens de gastos
em que o próximo governo poderá fazer cortes em 2019 está se reduzindo. O
Orçamento do próximo ano prevê R$ 69,8 bilhões em subsídios, valor cerca de R$
23 bilhões inferior ao previsto para 2018.
Os valores constam de estimativa
enviada pela equipe econômica ao Congresso como complemento do Projeto de Lei
Orçamentária (PLOA) de 2019. Originalmente, o orçamento deste ano previa R$
83,38 bilhões, mas o valor foi acrescido em R$ 9,5 bilhões por causa do
subsídio ao preço do diesel que entrou em vigor após a greve dos caminhoneiros,
totalizando R$ 92,88 bilhões.
Em subsídios explícitos, que
consomem recursos diretos do Orçamento, o governo prevê gastar R$ 37,78 bilhões
no próximo ano. A maior parte do total (R$ 13,75 bilhões) corresponde ao Fundo
de Compensação das Variações Salariais (FCVS), fundo criado na década de 1960
para garantir a amortização da dívida de financiamentos habitacionais e que
também assume os direitos e as obrigações do Seguro Habitacional.
Em segundo lugar entre os
subsídios explícitos, está a subvenção à energia elétrica para a população de
baixa renda, que consumirá R$ 4,58 bilhões. Em terceiro, vem o Minha Casa,
Minha Vida, principal programa habitacional do governo federal, com dotação de
R$ 3,47 bilhões. Sem financiar novos projetos desde 2016, o Programa de
Sustentação do Investimento (PSI), do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), gastará R$ 3,36 bilhões.
Os subsídios implícitos, em que o
Tesouro emite títulos da dívida pública para cobrir os juros mais baixos
cobrados dos mutuários e a taxa Selic (juros básicos da economia), somarão R$
32,02 bilhões em 2019. Os maiores montantes serão destinados aos Fundos
Constitucionais do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste (R$ 10,31 bilhões), ao
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (R$ 7,81 bilhões) e ao
Fundo de Amparo ao Trabalhador (R$ 4,79 bilhões).
Gastos tributários
O Orçamento do próximo ano também
prevê redução dos gastos tributários, quando o governo abre mão de tributos
para estimular determinados setores da economia. Em 2019, a equipe econômica
estima que deixará de arrecadar R$ 306,398 bilhões por causa dos incentivos
fiscais. Os setores mais beneficiados serão comércio e serviços (R$ 86,93
bilhões), trabalho (R$ 42,28 bilhões) e saúde (R$ 41,32 bilhões).
O valor representa aumento de R$
22,95 bilhões em relação aos R$ 283,446 bilhões de gastos tributários previstos
para este ano. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 dá a opção para
que o próximo governante encaminhe para o Congresso Nacional, até o fim do
próximo ano, um plano para reduzir, nos próximos 10 anos, os gastos tributários
de 4% para 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no
país).
O Palácio do Planalto, no entanto, vetou o artigo que obrigava o envio do plano até 31 de março de 2019.
O Palácio do Planalto, no entanto, vetou o artigo que obrigava o envio do plano até 31 de março de 2019.
Edição: Nádia
Franco
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