Guedes
afirma que seria natural Ilan permanecer no Banco Central
Publicado
em 30/10/2018 - 11:25
Por Vinícius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
O economista Paulo Guedes, indicado para o
Ministério da Fazenda, defendeu hoje (30) a independência do Banco Central, com
mandato de presidente não coincidente com o do presidente da República, e disse
que seria natural que Ilan Goldfajn permanecesse no cargo, por ter a mesma
posição. Apesar disso, Guedes afirmou que a continuidade dele no BC ainda
precisaria ser acertada com o próprio Ilan e com a equipe de governo do
presidente eleito de Jair Bolsonaro.
"Não podemos estar a cada eleição falando será
que ele [presidente do Banco Central] fica? Será que ele não fica? Será que ele
muda? Será que ele não muda? Então, teremos um Banco Central
independente", disse.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central -
Arquivo/Agência Brasil
Ilan ocupa a presidência do Banco Central há dois
anos, e Guedes disse que seria "a coisa mais natural do mundo" que o
governo aprovasse o projeto que prevê a independência da instituição com o apoio
dele e que ele permanecesse no cargo.
"Isso tem que combinar com a nossa equipe aqui
dentro, tem que combinar com o Ilan. Estou dizendo que seria natural",
disse, acrescentando que o convite dependeria da vontade do atual presidente do
BC. "Não quero convidar alguém que não tem o desejo de ficar. A motivação
é fundamental".
Reunião
Guedes participa de uma reunião
com o núcleo do futuro governo, no Rio de Janeiro. Além de Jair Bolsonaro,
também chegaram ao local o ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno e o deputado
federal Onyx Lorenzoni, que atua na articulação politica.
Ao conversar com jornalistas,
Paulo Guedes defendeu a aprovação da reforma da Previdência como prioridade
para a economia. "Previdência é mais importante e mais rápida.
Privatização é devagar e ao longo do tempo".
O economista comentou ainda o
desempenho do mercado ontem (29), que abriu com dólar em queda e a B3 em alta e
depois se inverteu. Para o economista, a reação foi influenciada por declarações
da equipe política do futuro governo.
"Ontem (29) houve gente
falando que não tem pressa para fazer reforma da Previdência. Aí o mercado
reagiu mal", disse Paulo Guedes. "É um político falando coisas de
economia. É a mesma coisa que eu sair falando de política. Não dá certo".
Cotado para o Ministério da
Economia, Paulo Guedes afirmou que em um eventual cenário de dólar alto por
conta de uma crise especulativa, o país pode vender reservas e se aproveitar
disso para reduzir sua dívida interna. "Se houver uma crise especulativa,
nós não temos medo nenhum", disse.
* Matéria
amplida às 12h01
Edição: Fernando
Fraga
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